Basicamente a arrancada funciona assim;
Alinham dois carros, lado a lado, ao receberem o sinal verde, ambos arrancam e vence quem chegar a linha dos 402 metros primeiro.
Isso é arrancada, é isso que as pessoas querem ver quando vão a uma prova dessas.
Depois dessa explicação semi-debil-mental, vou dar uma embasada maior, fazendo aqui uma analogia, entre arrancada e teatro.
Como qualquer boa peça teatral a arrancada precisa de uma boa produção para dar enredo a sua história.
A receita de um bom espetáculo é formada por alguns itens básicos; Eu como público do último Velopark Open pude ver isso com muita clareza:
*Um belo palco, sim o palco é imprescindivel, e o do Open é irretocável, o Velopark beira a perfeição, está sempre trabalhando para melhorar sua estrutura, poucos perceberam, mas no “pé” da arquibancada, a cada 20 metros foram colocadas caixas de som para acabar com um problema que era grave, nos boxes mais distantes não se ouvia a locução, agora isso foi resolvido.
*Um bom elenco. Que outra prova coloca num mesmo "palco" dividindo a cena, aspirados, nitros, turbos, turbo-nitros, Fuscas, Opalas, Gols, Fiats, Mavericks, Dodges e todos em igualdade de condições para competirem entre si.
*Os coadjuvantes, a presença de clubes de carros sempre é bem vinda.
* Trilha sonora, dessa vez não tivemos banda tocando, mas poderíamos ter, é sempre legal, porém o som mecânico estava de bom gosto e num volume condizente com o ambiente, porque, quem está ali quer ouvir os carros e as musicas de fundo e não o contrario.
* Um bom vilão sempre é importante em qualquer filme, e nesse caso a parada das arrancadas para o show de manobras foi o vilão da nossa história, seria muito bom conseguir fazer as manobras sem interromper as puxadas, Talvez isolar uma área em outro ponto do VP para que os shows de burn-outs aconteçam, e ai quem quiser ver se deslocaria até esse local.
Lembrando, que o problema, não são as manobras, e sim a interrupção dos alinhamentos, se o show não atrapalhar o andamento do evento ele é muito bem vindo.
*A pitada de humor, todo enredo, por mais sério que seja, precisa de humor para dar uma quebrada no ritmo da peça, e para isso temos o BracketRacing, que em português não quer dizer “corrida de baguetes” como ouvi dizerem na arquibancada, é uma parte confusa, nem o público e nem os pilotos entendem direito como funciona, na maioria das vezes ganha o mais sortudo e não o mais competente.
Eu sei que tem uma técnica, mas para o público, o Bracket é a hora de ir embora ou ir ao banheiro ou simplesmente buscar um pastel, pode até ser que o objetivo seja esse, dar uma força nas vendas da lanchonete, vai saber.
* E todo o sucesso de bilheteria que se preze tem que ter um final marcante, e no nosso caso esse "grande final" se chama Top 16 AD.
O Top 16 AD é a essência da arrancada, é nele que se vê disputa verdadeira, carro contra carro, piloto pisando tudo sem economizar equipamento, é nessa hora que o que interessa é chegar na frente, isso contagia, é isso que o publico quer ver.
Largada, os 402 metros de PÉ NO FUNDO e no final vitória pra um e derrota para o outro.
Simples como tem que ser.